guia de Iansã com contas vermelhas e amarelasGuia de Iansã: proteção espiritual e força dos ventos

A guia de Iansã não é apenas um colar de contas: é um elo entre a força dos ventos, o poder dos trovões e a proteção espiritual trazida por essa Orixá guerreira. Neste post, você vai entender o significado profundo da guia de Iansã, suas cores, materiais, como consagrar e como usá-la com respeito e axé no dia a dia.

O que é a guia de Iansã?

A guia de Iansã é um fio de contas utilizado como proteção e conexão espiritual com a Orixá dos ventos, tempestades e transformações. No Candomblé e na Umbanda, ela é usada por médiuns, iniciados e devotos que caminham sob a energia de Oyá, buscando força, coragem, proteção e clareza de caminhos.

Mais do que um acessório, a guia representa a identidade espiritual de quem a usa. É uma marca de fé, de respeito à ancestralidade e de sintonia com o axé que Iansã carrega.

Cores da guia de Iansã e seus significados

As cores mais tradicionais da guia de Iansã são:

  • Vermelho: representa o fogo, a intensidade, a coragem e a luta. Iansã é a senhora do raio, da espada, da paixão e do movimento.
  • Amarelo: simboliza a alegria, o brilho, os ventos e a energia vital que ela movimenta com seus redemoinhos.
  • Branco: em algumas tradições, representa o equilíbrio entre fogo e ar, a serenidade antes e depois da tempestade.

Essas cores podem aparecer isoladas ou combinadas, formando guias bicolores ou tricolores. Cada casa de axé pode adotar variações de acordo com sua nação, tradição ou orientação espiritual do jogo.

Materiais mais utilizados nas guias de Iansã

As guias podem ser confeccionadas com diferentes materiais, cada um com sua energia e intenção:

  • Contas de vidro (jablonex): são as mais tradicionais. Carregam a vibração das cores e refletem a luz com intensidade.
  • Cristais e pedras naturais: como granada, jaspe ou olho-de-tigre. São utilizadas para guias de firmeza e poder ritual.
  • Fios de nylon, algodão encerado ou aço: devem ser resistentes, já que a guia precisa durar e carregar axé ao longo do tempo.

O importante é que a guia seja feita com cuidado, respeito e — sempre que possível — dentro do terreiro ou com a bênção de uma entidade ou sacerdote.

Como consagrar uma guia de Iansã

Antes de usar uma guia, é essencial consagrá-la. Veja um exemplo simples de consagração espiritual:

  1. Banho de ervas: prepare um banho com ervas de Iansã (como espada-de-são-jorge, alecrim, manjericão e folhas de mamona).
  2. Defumação: passe a guia na fumaça de uma defumação com resinas e ervas sagradas.
  3. Oração: peça diretamente à Iansã que coloque sua força naquela guia. Diga em voz alta o que deseja: proteção, coragem, abertura de caminhos.
  4. Uso ritual: vista a guia pela primeira vez em um momento de silêncio, prece ou durante um ritual de axé.

Evite emprestar a guia ou deixá-la em qualquer lugar. Trate-a como sagrada.

Guia de Iansã na Umbanda e no Candomblé

Embora o uso da guia ocorra tanto na Umbanda quanto no Candomblé, há diferenças:

  • Na Umbanda: a guia é normalmente usada durante as giras, firmando o médium com a entidade que incorpora Iansã ou sua linha. Também pode ser usada fora das giras como proteção.
  • No Candomblé: pode ser usada em obrigações, festas, saídas e momentos de culto. Sua confecção e uso seguem orientações do sacerdote e podem envolver fundamentos secretos.

Em ambas as religiões, a guia é sagrada e jamais deve ser usada como adereço estético.

Modelos especiais: guia de Iansã com outros Orixás

Algumas guias combinam a força de Iansã com outros Orixás, como:

  • Iansã com Ogum: força, guerra, coragem e abertura de caminhos.
  • Iansã com Oxóssi: estratégia, comunicação e equilíbrio com a natureza.
  • Iansã com Xangô: justiça, fogo e sabedoria ancestral.

Essas guias mistas são indicadas quando há cruzamentos de caminho revelados pelo jogo de búzios ou quando o filho de santo é regido por mais de um Orixá.

Quando e como usar a guia de Iansã no dia a dia

A guia pode ser usada:

  • Em momentos de decisão, mudança ou conflito.
  • Durante giras, obrigações ou rezas.
  • Ao sair de casa em dias de risco ou vulnerabilidade.
  • Em situações que exigem força, coragem e proteção espiritual.

Evite o uso desatento. Lembre-se de que a guia de Iansã não é um adereço, mas um ponto de força em contato com seu corpo e ori.

Itan de Iansã: A mulher que dominou os ventos

Conta o itan que Iansã descobriu o segredo dos ventos ao observar o rastro deixado por Egun. Com coragem, enfrentou Orunmilá e aprendeu o mistério da respiração do mundo. Desde então, os ventos obedecem à sua ordem. Ela se tornou a senhora do tempo, das mudanças e das mensagens trazidas pelo ar.

“Na guia de Iansã sopram os ventos do destino. Quem a usa com fé jamais caminha sozinho.”

FAQ – Perguntas frequentes sobre a guia de Iansã

Qual é a cor da guia de Iansã?
Vermelho e amarelo são as cores mais comuns, mas variações podem ocorrer conforme a tradição do terreiro.

Precisa consagrar a guia antes de usar?
Sim. O ideal é preparar a guia com banho de ervas, oração e defumação.

Pode usar guia de Iansã fora do terreiro?
Sim, desde que seja com respeito e propósito espiritual claro.

Pode dormir com a guia?
Não é recomendado. A guia deve ser retirada e guardada com reverência.

Guia de Iansã protege mesmo?
Sim. Quando feita e usada com fé e fundamento, ela protege contra energias negativas, desequilíbrios emocionais e abre caminhos.

Curiosidade

Você sabia que a guia de Iansã também é usada como ferramenta ritual para cortar demandas e dissipar energias estagnadas? Alguns médiuns e pais de santo usam a guia como “espada” simbólica durante trabalhos espirituais.

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Conclusão

A guia de Iansã é um símbolo de axé, coragem e espiritualidade. Mais do que um colar, ela é uma extensão da força de Oyá sobre quem a carrega com fé. Em tempos de mudança, transformação ou conflito, vestir a guia de Iansã é como vestir a própria tempestade — não para ser destruído por ela, mas para aprender a dançar dentro dela.

Use sua guia com respeito. Cuide dela com carinho. Porque Iansã não protege quem brinca com o sagrado. Mas fortalece quem caminha com verdade no coração e coragem no ori.

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By Carlos Duarte Junior

Carlos Augusto Ramos Duarte Junior é um explorador apaixonado pela cultura e espiritualidade afro-brasileira. Influenciado pelas mulheres fortes e sábias de sua família, ele busca incessantemente entender e compartilhar o conhecimento sobre o Candomblé. Desde jovem, Carlos foi inspirado por sua mãe, avó, tia e irmã, que despertaram nele uma curiosidade pelas tradições ancestrais do Brasil. Formado em Economia, ele encontrou sua verdadeira paixão na cultura afro-brasileira, mergulhando no estudo do Candomblé. Suas experiências com sua tia sacerdotisa e sua irmã pesquisadora aprofundaram sua conexão com a espiritualidade do Candomblé. Carlos visitou terreiros, participou de cerimônias sagradas e estudou a história e mitologia desta religião. Ele compartilha seu conhecimento através do livro “Candomblé Desmistificado: Guia para Curiosos”, buscando quebrar estereótipos e oferecer uma visão autêntica desta tradição espiritual. Carlos é um defensor da diversidade e do respeito às religiões de matriz africana, equilibrando sua vida entre a escrita, a família e a busca contínua pelo conhecimento. Com seu livro, Carlos convida os leitores a uma jornada pelos mistérios e belezas do Candomblé.

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