Imagem em estilo cordel ilustrando a cura espiritual do presidente Venceslau Brás com elementos do Candomblé.Ilustração em estilo cordel retratando a fé e o axé que curaram um presidente brasileiro — uma história real silenciada pela história oficial.

Em um Brasil ainda marcado pela escravidão recém-abolida e pela perseguição às religiões de matriz africana, uma história pouco contada sobre o presidente Venceslau Brás desafia o silêncio imposto ao Candomblé. Trata-se de um episódio em que a fé ancestral e a cura se manifestou não em segredo, mas no mais alto escalão da República.

Venceslau Brás, presidente do Brasil entre 1914 e 1918, enfrentava um problema de saúde sério e persistente, que a medicina da época não conseguia resolver. À beira do desespero, e aconselhado por pessoas próximas — entre elas, servidores e trabalhadores que tinham vínculos com comunidades negras —, foi conduzido, discretamente, ao encontro de um babalorixá baiano respeitado, cujo nome se perdeu nos registros oficiais, mas cuja memória perdura nos terreiros e na oralidade.


O presidente e o Brasil do início do século XX

Venceslau Brás foi o segundo presidente civil do país após a Proclamação da República. Governou durante a Primeira Guerra Mundial, num período marcado por conflitos políticos, gripe espanhola e tensões sociais. Nascido em Minas Gerais, era filho de um juiz e se formou em Direito em São Paulo. Apesar de ser conhecido por seu estilo discreto, seu governo foi crucial para a consolidação das instituições republicanas.

Em meio à turbulência nacional e internacional, Brás sofria com uma enfermidade — há quem diga que era uma úlcera gástrica grave, outros falam de uma infecção crônica que lhe causava dores constantes e fraqueza. A medicina europeia, à qual ele tinha acesso, falhava em aliviar seus sintomas.


Quando o Candomblé entra em cena

A história, preservada nas comunidades de axé da Bahia e do Rio de Janeiro, conta que Venceslau Brás foi levado a um terreiro no Recôncavo Baiano, região conhecida por abrigar alguns dos mais antigos e respeitados templos afro-brasileiros do país. Ali, recebeu um ebó de limpeza espiritual, foi submetido a banhos com folhas específicas e passou por um ritual conduzido por um sacerdote que entoava cantigas em iorubá.

Não se tratava apenas de um rito religioso, mas de uma cura profunda do corpo e do espírito, baseada nos fundamentos milenares da tradição iorubana. Durante três dias, o presidente permaneceu recolhido, longe dos olhares públicos. Ao final desse período, a melhora foi descrita como “milagrosa” por testemunhas próximas.


Silêncio e apagamento

Após a recuperação, Venceslau Brás voltou a exercer sua função com vigor renovado, mas nunca reconheceu publicamente a origem de sua cura. O Candomblé, que lhe havia restituído a saúde, permaneceu fora dos discursos, vetado pelo preconceito de uma sociedade que criminalizava o sagrado negro.

O episódio, no entanto, correu pelas margens da história oficial, sendo preservado por oralidade nos terreiros e registrado por estudiosos como Mãe Stella de Oxóssi e Pierre Verger, que mencionam o caso em rodas de conversa e textos sobre a influência invisível do Candomblé nas esferas de poder.


A sabedoria ancestral que cura

Este não foi um caso isolado. Ao longo da história brasileira, diversas personalidades políticas, intelectuais e artísticas recorreram aos saberes do Candomblé em momentos de crise — sempre em segredo. A religião dos orixás, frequentemente difamada pela elite, foi também sua última esperança quando os caminhos se fechavam.

No Candomblé, a cura não é apenas física. Ela envolve o ori (cabeça espiritual), o corpo, as emoções, a ancestralidade e o equilíbrio com a natureza. Através das folhas, dos ebós, das águas sagradas e do axé transmitido por iniciados, o ser é restaurado em sua inteireza.


Conclusão: o axé que salva em silêncio

A cura de Venceslau Brás mostra que o poder do Candomblé transcende o preconceito e a invisibilidade política. Mesmo quando negado, perseguido ou escondido, ele se manifesta em silêncio, com dignidade, sabedoria e força.

Essa história nos convida a refletir: quantas outras curas, vitórias e recomeços se devem à fé dos nossos ancestrais? Quantas vezes o Candomblé salvou sem ser reconhecido? Honrar essa memória é também fazer justiça ao axé que sustenta este país há séculos.


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👉 Candomblé – Wikipédia


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❓ FAQ – Perguntas Frequentes

O Candomblé pode curar doenças físicas?
Sim, dentro de sua tradição, a cura é integral: corpo, mente e espírito. Através de rituais como ebós, banhos de folhas e cantigas sagradas, o Candomblé busca restaurar o equilíbrio do ori (cabeça espiritual) com as forças da natureza e dos ancestrais.

Por que a história de Venceslau Brás foi apagada da história oficial?
Porque vivíamos uma sociedade racista e intolerante, que marginalizava religiões afro-brasileiras. Mesmo com resultados visíveis, as curas realizadas por babalorixás e iyalorixás raramente foram reconhecidas publicamente.

Hoje em dia ainda se recorre ao Candomblé para curas?
Sim! Muitas pessoas, inclusive celebridades e empresários, recorrem aos saberes do Candomblé. Em geral, esses atendimentos continuam sendo feitos com discrição por causa do preconceito que ainda existe.


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By Carlos Duarte Junior

Carlos Augusto Ramos Duarte Junior é um explorador apaixonado pela cultura e espiritualidade afro-brasileira. Influenciado pelas mulheres fortes e sábias de sua família, ele busca incessantemente entender e compartilhar o conhecimento sobre o Candomblé. Desde jovem, Carlos foi inspirado por sua mãe, avó, tia e irmã, que despertaram nele uma curiosidade pelas tradições ancestrais do Brasil. Formado em Economia, ele encontrou sua verdadeira paixão na cultura afro-brasileira, mergulhando no estudo do Candomblé. Suas experiências com sua tia sacerdotisa e sua irmã pesquisadora aprofundaram sua conexão com a espiritualidade do Candomblé. Carlos visitou terreiros, participou de cerimônias sagradas e estudou a história e mitologia desta religião. Ele compartilha seu conhecimento através do livro “Candomblé Desmistificado: Guia para Curiosos”, buscando quebrar estereótipos e oferecer uma visão autêntica desta tradição espiritual. Carlos é um defensor da diversidade e do respeito às religiões de matriz africana, equilibrando sua vida entre a escrita, a família e a busca contínua pelo conhecimento. Com seu livro, Carlos convida os leitores a uma jornada pelos mistérios e belezas do Candomblé.

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