A ancestralidade tem um rosto feminino e profundo no Candomblé. Orixá das águas paradas, da lama sagrada e da sabedoria que atravessa os tempos, Nanã Buruquê representa o elo entre o nascimento, a morte e o renascimento espiritual. Seu culto inspira respeito, serenidade e uma compreensão mais ampla sobre a vida e seus ciclos.
Quem é Nanã no Candomblé
Ela é considerada a mais velha entre os orixás femininos. Seu nome está associado às origens da vida, à formação da matéria e ao destino final dos seres. Ela é senhora dos pântanos, da lama primordial de onde foram moldados os primeiros corpos humanos. Sua força está na paciência do tempo, na firmeza da experiência e no poder de transformar dor em renascimento.
Cores, Símbolos e Saudação
- Cor: roxo, lilás e branco
- Elementos: lama, água parada, bastão (ibiri)
- Saudação: “Saluba Nanã!”
Seus filhos e filhas vestem-se com elegância, muitas vezes em tecidos fluidos, e utilizam colares de contas roxas e brancas. O ibiri é um bastão ritualístico que representa a autoridade da orixá sobre os caminhos da vida e da morte.
A Conexão com a Morte e o Renascimento
Ela rege o portal da passagem. Ela não é a morte em si, mas o processo de preparação e acolhimento das almas que retornam ao Orun (mundo espiritual). Por isso, em vários terreiros, ela é reverenciada junto aos orixás da cura, como Obaluaiê, e também junto a Oxalá, por ser co-criadora da humanidade.
Nanã e a Sabedoria Feminina
Ela é uma orixá associada à maturidade, à memória ancestral e à sabedoria que vem com o tempo. Suas filhas são reconhecidas por sua postura firme, pelo olhar profundo e pela capacidade de orientar com palavras justas. A força dela não está na explosão, mas na constância e no acolhimento silencioso que transforma.
Rituais e Culto a Nanã
Os rituais em honra a ela costumam ser marcados por cantigas mais lentas, danças que imitam o caminhar cuidadoso sobre a lama, e oferendas simples: frutas como figos, pães de leite, feijão fradinho, flores roxas. Seus assentamentos geralmente estão localizados próximos a áreas de água parada, como brejos e lagoas.
Nanã é sincretizada com Santa Ana
No sincretismo católico, Ela é associada a Santa Ana, mãe de Maria e avó de Jesus. Ambas representam a ancestralidade, a maternidade em sua forma mais antiga e a proteção silenciosa. No Brasil, especialmente na Bahia, essa relação simbólica está presente em festas tradicionais e em muitos terreiros que mantêm a memória viva das convergências culturais.
Leia também: Obaluaiê: Lições do Senhor das Chagas
Nanã, Água e Sustentabilidade
Em tempos de crise ambiental, o culto a ela também pode ser interpretado como um chamado ao cuidado com as águas e a terra. A lama que ela rege é fecunda, curativa, ancestral. Preservar os ecossistemas aquáticos é, de certa forma, uma forma de reverenciá-la.
❓ FAQ – Nanã no Candomblé
1. Quem é Nanã no Candomblé?
Ela é uma orixá ancestral ligada à lama sagrada, aos pântanos e à sabedoria espiritual que atravessa os tempos. Representa a maturidade, o acolhimento e os ciclos da vida e da morte.
2. Qual é a saudação de Nanã?
A saudação tradicional é “Saluba Nanã!”, que significa respeito e reverência à sua força ancestral.
3. Nanã é considerada perigosa?
Não. Ela é respeitada pela sua profundidade e pela ligação com o mistério da morte. Seu culto exige seriedade, mas é acolhedor e regenerador.
4. Qual é a cor de Nanã?
Roxo, lilás e branco são as cores que representam sua energia.
5. Nanã é relacionada com qual santa?
No sincretismo católico, Ela é associada a Santa Ana, mãe de Maria e avó de Jesus, ambas símbolos de sabedoria e proteção.
6. Onde são feitos os assentamentos de Nanã?
Geralmente em locais com água parada, como brejos, lagoas e pântanos — locais que simbolizam a origem da vida e o retorno ao Orun.
7. Que tipo de oferendas são feitas para Nanã?
Frutas como figo, feijão fradinho, flores roxas, pães de leite e elementos que representem serenidade e maturidade espiritual.
8. Posso cultuar Nanã em casa?
O ideal é seguir a orientação de um sacerdote ou sacerdotisa de Candomblé, pois ela exige fundamentos e cuidados específicos em seu culto.
🔗 Parágrafo com Links Externos
De acordo com a Wikipedia, ela é uma das orixás mais antigas do panteão iorubá, associada à lama primordial e aos mistérios da morte e renascimento. Seu culto é amplamente praticado no Brasil, especialmente em terreiros de Candomblé e Umbanda.
A Wikimedia Commons também disponibiliza imagens históricas e rituais relacionados ao culto dela no Brasil, reforçando sua importância na preservação das tradições afro-brasileiras.
Indicação de produto
Livro indicado: “Nanã Senhora dos Primórdios“ – Uma obra fundamental para quem deseja compreender a profundidade da sabedoria dela.
Conclusão: Por que Reverenciar Nanã?
Reverenciar ela é honrar o tempo, a velhice, a sabedoria acumulada e o mistério da morte como parte da vida. É aceitar que tudo tem um ciclo e que há beleza na transformação silenciosa. Em um mundo apressado, Nanã nos lembra da importância de parar, respirar e respeitar os ritmos naturais da existência.
Saluba Nanã! Que sua lama cure e sua memória nos guie.
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