👑 Quem é Nanã no Candomblé?
Nanã no Candomblé é reconhecida como a orixá da ancestralidade, da sabedoria ancestral e dos mistérios da vida e da morte. Considerada a orixá mais antiga do panteão nagô, Nana rege a memória do tempo e representa a força feminina que governa o início e o fim de todas as coisas.
Ela está associada ao barro, à lama e ao elemento da água parada — símbolos do tempo ancestral e da espiritualidade profunda. Representa o cuidado, o silêncio e o poder que não grita, mas transforma.
🌊 Nanã: Orixá da Lama, da Vida e da Morte
Nanã governa os ciclos da existência, ligando o passado às gerações futuras. Sua água escura guarda a sabedoria do tempo, do silêncio e da transformação. Essa ligação entre Nana no Candomblé e os elementos naturais reforça seu papel essencial nos ritos de passagem.
A lama — símbolo de fertilidade e de decomposição — representa sua ligação com a morte e o renascimento. Nana acolhe os que voltam ao Orun e orienta os que chegam ao Aiyê.
“Nana é barro. Barro que vira lama, lama que vira forma. E, entre o elemento primordial — Nana se revela como força do ciclo da vida.”
✨ Características de Nana no Candomblé
- Cores: Roxo, lilás, branco e tons terrosos
- Elementos: Lama, barro, águas paradas
- Domínios: Retorno ao Orun, sabedoria ancestral, memória, passagens espirituais, transformação
- Símbolos: Cabaça, espelho, vassoura de ramos, alfazema, pedra de barro, sabedoria
📖 Itans e Lendas de Nanã
Um dos itans mais conhecidos conta que quando Oxalufã (Oxalá velho) escorregou no barro do território de Nanã, ela riu e lhe ofereceu apoio. Foi então que Olodumarê ordenou que Nanã modelasse os corpos humanos com o barro, tornando-se assim responsável pela matéria.
Essa história marca a ligação de Nana com a criação dos corpos e sua conexão com a ancestralidade e com os ciclos eternos da vida e da morte. São saberes que não desaparecem: são vida nova na terra molhada.
🕯️ Culto, Oferendas e Saudação a Nanã
🍇 Oferendas para Nanã
- Pêras roxas e frutas lilases
- Milho branco cozido
- Feijão fradinho
- Aipim
- Flores do campo ou do mato
- Água de poças, lagos ou lama
- Banhos com malva, alfazema, cinza
🙏 Saudação à Nanã
“Saluba Nana!” — Expressão de respeito à Senhora da Lama e do Tempo.
📍 Locais de culto
Lagos, margens de rios, locais de barro e lama. Nanã é reverenciada especialmente em espaços de silêncio, onde o tempo parece mais lento e a natureza mais densa.
📘 Itan Complementar
“Nana modelou os corpos com o barro e entregou a vida a Oxalá. Assim, tudo o que tem forma vem da lama, e tudo o que volta ao Orun retorna à lama.”
🔗 Leitura recomendada
- Orixás no Candomblé
- Nana e os Mistérios da Ancestralidade
- Omolu: Senhor das Epidemias e da Cura
- Iemanjá no Candomblé
🔗 Veja também: Wikipedia – Nana Buruku
🛒 Produto recomendado
Livro: Orixás – Pierre Verger
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Uma obra essencial para compreender o culto a Nanã no candomblé e suas raízes ancestrais. Verger retrata com profundidade a importância da lama e do barro na criação do corpo e na força feminina da ancestralidade.
📈 Importância de Nanã nos dias atuais
A sabedoria de Nanã não se limita ao terreiro — ela ressoa no cuidado com os mais velhos, no respeito às raízes e na busca por equilíbrio. Em tempos de pressa e desconexão, Nanã nos ensina a ouvir o tempo, acolher o silêncio e valorizar o que é duradouro.
Em muitas casas de axé, Nanã no candomblé é cultuada como guardiã do tempo ancestral, sendo lembrada em cerimônias de passagem e em momentos de reflexão profunda. Seus rituais são lentos, meditativos e carregados de sentido, reforçando seu papel como orixá do recolhimento e da sabedoria interior.
💬 Reflexão final
Este é um dos textos mais buscados por quem quer entender a presença de Nanã no Candomblé e sua ligação profunda com os ciclos da vida e da morte. Que o barro de Nana molde sabedoria em nossos caminhos.
Saluba Nana! Que sua lama cure e molde caminhos de sabedoria para você.


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