Angola e o Candomblé: Tradições, Rituais e Legado no Brasil
outubro 10, 2024 | by Carlos Duarte Junior

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Angola, localizada na costa sudoeste da África, é berço de diversos povos que deixaram uma marca indelével no Brasil. Povos como os Bakongo, Ovimbundu e Chokwe formam um mosaico cultural que, ao longo dos séculos, influenciou rituais, crenças e modos de vida que hoje fazem parte do Candomblé brasileiro.
Diversidade Ancestral
A Angola pré-colonial já era um território riquíssimo em práticas espirituais. Povos como os Bakongo, com sua tradição de danças rituais e ancestralidade viva; os Ovimbundu, grandes agricultores e defensores da coletividade; e os Chokwe, mestres da arte e da simbologia, formavam uma base espiritual poderosa. Suas línguas, cosmovisões e rituais foram preservados oralmente, resistindo às invasões e ao tempo.
O Tráfico e a Resistência Cultural
A vinda forçada de milhões de africanos para o Brasil durante os séculos XVII e XVIII incluiu um número significativo de angolanos. No porão dos navios negreiros, traziam muito mais que o corpo: carregavam mitos, cantos, crenças, folhas e saberes. A diáspora angolana formou comunidades resilientes no Brasil que preservaram suas práticas, mesmo sob opressão.
Entre os principais legados, destaca-se o “candomblé de Angola” ou “bantu”, que prioriza a relação com ancestrais, espíritos da natureza e rituais profundamente ligados à terra e à energia vital.
Nzambi e os Inquices: Deuses da Criação
No panteão espiritual angolano, Nzambi é o criador supremo, o princípio de tudo. Seus mensageiros são os inquices – forças da natureza que regem aspectos da vida humana e do mundo espiritual. Entre eles, destacam-se:
- Nkosi (Ogum): força guerreira, energia do ferro e do trabalho.
- Kitembo (Tempo): domínio do movimento, da mudança e do equilíbrio.
- Lembá (Oxalá): símbolo da paz, da pureza e da ancestralidade.
Essas divindades, com nomes adaptados no Brasil, formam a base dos cultos de nação.
Rituais de Angola: Corpo, Tambor e Comunidade
A espiritualidade angolana valoriza o corpo como veículo de comunicação com o sagrado. A dança, sempre em roda, evoca os ancestrais. O toque dos tambores é estruturado para guiar o transe e permitir que os inquices “baixem”. O culto é coletivo: todos cantam, dançam, cozinham e cuidam dos elementos sagrados.
Essa vivência permanece viva nos terreiros de candomblé bantu, onde os fundamentos se mantêm fortes e pulsantes. Como dizia um velho sacerdote: “a dança é reza, o tambor é coração, a folha é cura”.
A Influência Cultural: Da Capoeira ao Samba
A marca angolana também está nas expressões culturais brasileiras. A capoeira, nascida da resistência e da ginga dos angolanos, é uma herança viva. No samba, especialmente o de roda e o jongo, ouve-se o eco dos batuques. A comida com dendê, a língua quimbundo nos ditados populares, os provérbios e expressões são pedaços do Brasil moldados por Angola.
Quilombos: Guardiões do Legado Angolano
Nos quilombos, o espírito angolano floresceu. Foram refúgio, escola e altar. A tradição do “banho de folha”, dos curadores da comunidade e dos rituais coletivos com cantos ancestrais resistiu ao apagamento cultural e hoje inspira uma nova geração de brasileiros que busca reconexão com sua ancestralidade.
Preservar para Continuar
O desafio contemporâneo é preservar a herança angolana em meio à globalização e ao racismo estrutural. O candomblé bantu, os terreiros tradicionais, os griôs da memória oral e os livros que narram essa história são hoje instrumentos de resistência. Cada canto entoado em quimbundo, cada oferenda feita à beira do rio, cada dança gira o tempo e renova o axé.
Itan Destacado
“Nzambi soprou o primeiro vento no mundo, e dele nasceram os rios, os peixes e as vozes. A primeira mulher dançou em roda com as águas, e os espíritos desceram para ensinar os segredos das folhas.”
Esse itan é celebrado nos terreiros como origem da conexão entre mulher, natureza e espiritualidade.
Leitura Recomendada:
- Exu: Guardião dos Caminhos e Mensageiro do Orun
- Nanã no Candomblé: Mãe da Lama e dos Mistérios Ancestrais
- Livro: História dos Candomblés do Rio de Janeiro – José Beniste
Para aprofundar seus estudos e sua importância histórica e espiritual para o Brasil, recomendamos algumas leituras confiáveis: o verbete Wikipédia oferece uma visão geral sobre o país, enquanto o artigo “A influência dos povos bantu na formação do Brasil” da Toda Matéria traz um panorama claro sobre os laços entre Angola, os bantu e a cultura afro-brasileira. Já o site Brasil Escola explora como os povos africanos foram trazidos ao Brasil e como suas tradições sobreviveram através de religiões como o Candomblé.
FAQ
1. O que é o Candomblé Angola? É uma vertente do candomblé que cultua os inquices e segue os fundamentos dos povos bantu. Suas práticas incluem danças, toques e línguas tradicionais africanas.
2. Quem é Nzambi? É o deus supremo da tradição bantu. Criador do mundo e de todas as forças da natureza.
3. Qual a diferença entre Orixás e Inquices? Ambos representam forças da natureza. Os orixás são cultuados principalmente nas nações nagô, e os inquices na nação. Ambos têm funções semelhantes, mas nomes e histórias diferentes.
4. Existe ligação entre capoeira e Angola? Sim. A capoeira tem raízes angolanas. Seu ritmo, a ginga e os cantos remetem diretamente a tradições culturais.
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