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Candomblé Desmistificado

Atabaques no Candomblé: Ritmos que Conectam com os Orixás

setembro 21, 2024 | by Carlos Duarte Junior

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Atabaques no Candomblé: Ritmos que Conectam com os Orixás

O que são os atabaques no Candomblé?

Os atabaques no Candomblé são mais do que instrumentos de percussão. São portais sagrados, usados para invocar, saudar e dialogar com os orixás. Quando um tambor toca, não é só som que se espalha. É axé em vibração. É espiritualidade em movimento. É a força ancestral sendo traduzida em ritmo.

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Cada batida tem fundamento. Cada toque tem destino. No Candomblé, tocar não é performance: é oração, é dever, é linguagem.

Instrumento, oração e portal espiritual

O som do atabaque entra no corpo como energia viva. Ele abre caminho, harmoniza, prepara o ambiente espiritual. É comum ouvir que “o toque chama o orixá”. E chama mesmo. Através do som, o orixá reconhece o chamado e se manifesta.

Tradição e ancestralidade em cada batida

Esses instrumentos chegaram ao Brasil com os povos africanos escravizados. Carregam a dor da travessia e a força da resistência. Os atabaques no Candomblé são heranças vivas, mantidas com zelo, transmitidas com respeito, tocadas com fundamento.


Os tipos de atabaques e suas funções

Rum, Rumpi e Lê

Existem três atabaques principais no Candomblé: Rum, Rumpi e .

  • O Rum é o maior e o mais grave. É o tambor mestre, aquele que dialoga diretamente com os orixás.
  • O Rumpi tem tom intermediário. É o suporte, o que dá corpo ao ritmo.
  • O é o menor, de som mais agudo. Ele guia a base, sustenta a levada.

Cada um tem seu papel. Nenhum sobrevive sem o outro. Juntos, formam uma trindade sonora que sustenta o axé do barracão.

A hierarquia dos tambores e dos ogãs

Quem toca os atabaques é chamado de ogã de atabaque. E não é qualquer um que pode tocar. É preciso ser iniciado, consagrado, preparado espiritualmente. Existe uma hierarquia entre os ogãs, assim como entre os tambores. Tudo segue um fundamento.


Os toques e seus significados

Toque de Xangô, de Oxóssi, de Ogum…

Cada orixá tem seu toque. E cada toque tem seu ritmo, seu tempo, sua forma. O toque de Xangô é firme, cortado. O de Oxóssi é leve, rasteiro. O de Ogum é ritmado, vigoroso. O de Oxum é doce e cadenciado. O de Iansã vem com vento e fúria.

Quem conhece os toques, sabe o que está sendo invocado. Quem não conhece, sente o impacto no corpo mesmo assim.

A energia que cada ritmo invoca

Os toques não servem apenas para chamar o orixá. Eles ajustam o ambiente, preparam o corpo do iniciado, limpam a energia do terreiro. O ritmo certo no momento certo transforma tudo. É magia em forma de som.


Quem pode tocar? O papel do ogã

Consagração, disciplina e axé no toque

Ser ogã de atabaque é missão. Não se trata de talento musical, mas de compromisso com o axé. O ogã é preparado para entender os toques, obedecer aos tempos do ritual e saber o que cada momento exige.

A preparação espiritual do ogã

O ogã também passa por rituais. Ele não incorpora, mas é mediador. Seu corpo é tambor. Ele traduz o invisível em batida. Antes de tocar, muitas vezes, precisa fazer obrigação, tomar banho de folha, recolher-se. O toque exige respeito.


Por que o toque é sagrado no Candomblé?

O som como linguagem com os orixás

O Candomblé é oral, é canto, é toque. A comunicação com o divino não passa por livros, mas por ritmo, canto e movimento. O som é linguagem de axé. É assim que o orixá entende, chega e se manifesta.

O poder de mover o corpo, o espírito e o tempo

Quem já participou de um xirê sabe: tem um momento em que o toque muda tudo. O corpo arrepia. O tempo desacelera. Algo atravessa. Esse é o poder dos atabaques no Candomblé: mexer onde a palavra não alcança.


Conclusão: Cada toque é uma reza que sobe

Os atabaques no Candomblé não são adereço. São pilares do ritual, transmissores de axé e guardiões do sagrado. Em cada batida, está a memória dos antepassados, a sabedoria dos mais velhos, a energia dos orixás.

Tocar é rezar com as mãos. Ouvir é abrir o coração. Dançar é responder ao chamado.

E é por isso que, no Candomblé, o tambor não se cala.


Leia também: Rituais e Festividades no Candomblé

Fonte recomendada: UNESCO – Música e Patrimônio Cultural

Assista também: Toques Sagrados dos Atabaques no Candomblé (vídeo explicativo com demonstração de toques)

  • Fabricado em madeira, este atabaque oferece sonoridade rica e autêntica para performances de percussão.
R$ 780,00

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