8 Mitos Sobre o Candomblé: Verdades Que Você Precisa
setembro 23, 2024 | by Carlos Duarte Junior

Por que existem tantos mitos sobre o Candomblé?
O Candomblé é uma religião de origem africana profundamente ligada à natureza, aos orixás, à ancestralidade e à comunidade. No entanto, durante séculos, foi alvo de preconceitos, perseguições e interpretações distorcidas. Isso gerou uma série de mitos e equívocos que ainda persistem, afastando pessoas do conhecimento real sobre essa tradição sagrada.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Desmistificar esses mitos é um ato de respeito, educação e resistência. É também uma forma de combater o racismo religioso e valorizar uma herança espiritual brasileira.
Mito 1 – “Candomblé é coisa do demônio”
Essa é uma das falácias mais violentas e recorrentes. O Candomblé não tem demônio em sua estrutura teológica. O conceito de “demônio” é judaico-cristão e não existe nas tradições africanas.
O que existe são orixás: divindades ligadas às forças da natureza e à vida. Chamar o Candomblé de demoníaco é um ato de intolerância, que reflete desinformação e preconceito.
Mito 2 – “Orixás são santos católicos”
O sincretismo religioso fez com que muitos orixás fossem associados a santos católicos. Porém, orixá não é santo.
Oxum não é Nossa Senhora Aparecida. Ogum não é São Jorge. Esses paralelos foram estratégias de sobrevivência, não equivalências teológicas.
Orixá é energia, é natureza, é ancestralidade viva.
Mito 3 – “Todos no Candomblé incorporam”
Nem todo filho ou filha de santo incorpora. A incorporação é um dos elementos do culto, mas existem papéis que não envolvem transe.
Ogãs, equedes, abians e outros membros têm funções fundamentais que não dependem de incorporação. A religião é muito mais ampla que o momento do transe.
Mito 4 – “Sacrifícios de animais são cruéis”
O sacrifício no Candomblé não é crueldade. Ele é parte de um ritual milenar, feito com respeito e fundamento.
Os animais utilizados são consagrados, não sofrem e geralmente são consumidos pela comunidade em refeições coletivas.
A morte no ritual tem significado espiritual profundo: é uma oferta de vida para que a vida se renove.
Mito 5 – “Candomblé é só para pessoas negras”
O Candomblé é uma religião de matriz africana, sim. Mas não é exclusivo de uma etnia.
Qualquer pessoa, independentemente de cor, gênero ou origem, pode ser acolhida no Candomblé. O que importa é o respeito, a dedicação e o compromisso com o axé e com os fundamentos da religião.
Mito 6 – “Candomblé e Umbanda são a mesma coisa”
Embora compartilhem algumas semelhanças, como a origem africana e o culto a orixás, são religiões diferentes.
O Candomblé é mais tradicional, com liturgias em língua africana, iniciação formal, rituais fechados. A Umbanda mescla elementos do espiritismo, catolicismo popular e linhas de trabalho com guias e entidades.
Ambas merecem respeito, mas não devem ser confundidas.
Mito 7 – “Para entrar no Candomblé é preciso abandonar outras crenças”
O Candomblé não impõe ruptura com outras crenças, mas propõe um mergulho profundo em seus fundamentos.
É comum que quem entra no Candomblé passe por um processo de transição espiritual. Mas isso é uma escolha, não uma imposição. Ninguém é obrigado a abandonar sua história.
Mito 8 – “O Candomblé é atrasado ou primitivo”
Essa é uma ideia colonial e racista. O Candomblé é uma religião complexa, com estrutura litúrgica sofisticada, filosofia de vida, organização social e profundidade espiritual.
Chamar o Candomblé de “primitivo” é ignorar o saber acumulado de gerações, a ciência dos terreiros, o conhecimento sobre ervas, ritmo, corpo, cura e cosmologia.
A importância de desmistificar com respeito
Não se combate mitos com agressão, mas com conhecimento. Falar sobre o Candomblé com verdade é abrir espaço para o diálogo, o respeito inter-religioso e a valorização da diversidade cultural brasileira.
Cada vez que um mito é desfeito, abre-se caminho para o axé circular sem medo.
Conclusão: Conhecimento é caminho para o axé
O Candomblé é uma religião viva, ancestral e essencial para a formação da identidade brasileira. Ao desmistificar seus mitos, aproximamos as pessoas da verdade e contribuímos para uma sociedade mais justa, inclusiva e espiritualizada.
Mais do que combater a intolerância, falar sobre o Candomblé com profundidade é um ato de axé.
Leia também: Mitos e Verdades Sobre o Candomblé – Entenda Diferenças e Pontos em Comum
Fonte recomendada: Instituto Geledés
Assista também: Candomblé: O Que É e o Que Não É – YouTube
- Ano de publicação: 2006 | Capa do livro: Mole | Gênero: Religião e espiritualidade. | Subgênero: Religião. | Número de …
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