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Candomblé Desmistificado

Nanã no Candomblé: Senhora dos Pântanos e da Sabedoria

setembro 20, 2024 | by Carlos Duarte Junior

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Quem é Nanã no Candomblé?

Nanã Buruquê é a mais velha entre os orixás, aquela que guarda os segredos do começo e do fim. No Candomblé, ela representa o tempo ancestral, o barro primordial, o saber silencioso que não grita, mas orienta com firmeza.

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A mais velha entre os orixás

Nanã não corre. Ela já viu tudo, já sentiu tudo, já passou por todas as transformações. É a orixá da maturidade, da velhice, da sabedoria profunda, aquela que sabe que tudo tem seu ciclo e que não se deve apressar o que ainda não brotou.

O barro, o tempo e a ancestralidade

Nanã está no barro, no fundo do pântano, na água parada que regenera. Segundo os mitos, foi com o barro dela que Obatalá moldou os primeiros corpos humanos. Por isso, ela é a mãe da origem e do retorno — a que acolhe na vida e na morte.

A força espiritual dos pântanos

O elemento água e a lama criadora

Ao contrário do mar aberto de Iemanjá ou dos rios velozes de Oxum, a água de Nanã é densa, escura, silenciosa. É a água dos brejos, das margens, dos fundos — onde tudo apodrece para que algo novo possa nascer.

Nanã e o silêncio dos ciclos

Nanã nos ensina que há sabedoria no silêncio, que esperar também é ação, que nem tudo se resolve no grito ou na força. Ela rege os processos lentos da cura emocional, da aceitação do envelhecimento, do retorno à ancestralidade.

Rituais, cores e símbolos de Nanã

Palha, tons lilás, feijão roxo e chuva

No terreiro, Nanã é reconhecida pela palha que cobre o corpo de seus filhos, sinal de respeito e recolhimento. Sua cor é o lilás ou roxo, sua comida é o feijão roxo cozido sem sal, e sua energia se manifesta em dias de chuva mansa e insistente.

Cânticos, folhas e oferendas

Seus cânticos são cantados com reverência e calma. As folhas de Nanã são de poder medicinal, mas devem ser colhidas com respeito absoluto. Suas oferendas são feitas em lugares úmidos, próximos a pântanos, lagos e fundos de rio.

O que Nanã ensina aos filhos de santo?

A paciência, a morte e o recomeço

Nanã não acelera. Ela ensina o valor de cada etapa, a importância de olhar para dentro antes de agir. Com ela, aprendemos que a morte não é fim, é transição — e que a dor precisa ser acolhida antes de ser curada.

Sabedoria sem pressa, cura sem violência

A sabedoria de Nanã é firme, mas nunca violenta. Ela nos mostra que não existe cura sem tempo, nem crescimento sem escuta. Quem é de Nanã geralmente é observador, profundo, calado — mas quando fala, ninguém ignora.

Conclusão: Ouvir Nanã é saber esperar o barro assentar

Nanã no Candomblé é mais do que um orixá: é um convite à reflexão, ao respeito pelo tempo das coisas, ao reconhecimento do que veio antes de nós. Em tempos de ansiedade, urgência e barulho, Nanã nos convida a sentar, respirar, esperar o barro assentar e ouvir o que a vida tem a dizer.

No Candomblé, tudo tem ritmo, fundamento e axé. E Nanã é o axé do início e do fim — a que acolhe, a que cura, a que sabe.

Além de sua ligação com os pântanos e com os ciclos da vida e da morte, Nanã também é vista como uma guardiã do silêncio e do tempo. Seu axé ensina a esperar, a observar, a não se apressar diante dos mistérios da existência. Em um mundo apressado, ouvir Nanã é reaprender a ter paciência com a própria jornada e com os caminhos do orixá. Seu saber é ancestral e profundo como as águas turvas que alimentam a raiz de toda sabedoria.

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