Ogum no Candomblé: O Desbravador de Caminhos e o Espírito da Coragem

setembro 26, 2024 | by Carlos Duarte Junior

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Antes do primeiro passo ser dado, antes da primeira trilha ser aberta, era Ogum quem empunhava a espada da decisão. Ogum no candomblé é mais do que o orixá da guerra — é o senhor do movimento, da superação e da criação pelo ferro. Sua história é uma marcha constante contra o impossível.

Table of Contents

Ogum no candomblé e a origem dos caminhos

Nos itans, Ogum é um dos primeiros orixás a chegar ao Aiyê. Quando os demais hesitavam, ele desceu empunhando ferramentas de ferro e desbravou a terra bruta. A floresta se abriu à sua frente, os rios foram domados, os trilhos surgiram onde antes havia apenas mato.

Ogum não espera. Ele age. Por isso, é o patrono das estradas, da tecnologia, dos trilhos, das fábricas e do progresso. Seu axé está em tudo que exige força, foco e direção. Ogum é o orixá da espada, mas também da enxada. Da guerra, mas também da construção.

“Ogum não pergunta se vai dar certo. Ele abre o caminho com a certeza de quem sabe que lutar é o único passo possível para vencer.”

A força espiritual de Ogum

Ogum no candomblé é cultuado como um orixá firme, direto e leal. Seus filhos costumam ser pessoas determinadas, que não recuam diante de obstáculos e que valorizam profundamente a verdade.

Ogum é quem se invoca quando os caminhos estão fechados, quando a vida parece sem direção. Ele corta demandas, desfaz amarrações e fortalece o espírito para seguir em frente. Seu axé é coragem em estado puro.

Cores, símbolos e oferendas

Ogum no candomblé se manifesta através de diversos elementos que remetem ao ferro e à ação:

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Espada ou facão: coragem e proteção;
Cavalo: movimento e força;
Ímã: atração e propósito;
Forja: transformação da matéria.

As cores de Ogum no candomblé variam conforme a tradição, mas o azul-escuro, o verde e o vermelho são as mais comuns. Entre seus alimentos rituais estão o inhame, o feijão preto, o milho vermelho e a carne de bode. As oferendas são geralmente entregues às terças-feiras, em campos abertos, encruzilhadas ou trilhas.

“Ogum não se esconde. Ele marcha à frente, mesmo sob a chuva. Ele não fecha os olhos para o medo — enfrenta-o de frente.”

Itan: Ogum e o silêncio da partida

Um itan popular conta que, após ser incompreendido pelos demais orixás, Ogum se isolou na floresta. Viveu ali por sete anos em silêncio, forjando armas e ferramentas. Quando finalmente retornou, trouxe com ele o conhecimento que mudou o mundo: o domínio do ferro. Com isso, não apenas venceu batalhas, mas construiu caminhos e pontes para os demais.

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Esse itan ensina que, muitas vezes, o poder de Ogum não está apenas na luta, mas na capacidade de transformar dor em propósito.

Quando invocar Ogum no candomblé?

Quando se sentir sem forças para seguir;
Quando decisões difíceis surgirem;
Quando precisar abrir novos caminhos;
Quando desejar proteção firme e ação justa.

Ogum não promete calmaria. Mas promete passagem. Sua energia fortalece quem está disposto a lutar com fé, agir com coragem e viver com verdade.

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Ogum e Exu: caminhos paralelos

No Candomblé, Ogum e Exu caminham juntos. Exu abre os caminhos com comunicação e astúcia; Ogum os firma com ação e firmeza. Enquanto Exu negocia com o mundo invisível, Ogum o confronta. Juntos, garantem equilíbrio entre movimento e direção.

Conclusão: ter Ogum é ter estrada

Ogum é mais do que orixá da guerra. É o espírito da superação. É quem mostra que lutar não é apenas uma questão de força, mas de verdade.

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Quem tem Ogum no candomblé como guia espiritual caminha sem medo, mesmo quando tudo ao redor parece incerto. Porque sabe: onde não há estrada, Ogum constrói. Onde há injustiça, Ogum combate. E onde há fé, Ogum vence.

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Fontes externas:

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Chamada para ação:
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