Origem do candomblé xilogravura representa com tambor e figuras afro-brasileirasA origem do Candomblé marcada pelo toque do atabaque e a força ancestral

Origem do Candomblé

O que é o Candomblé e de onde ele vem?

O Candomblé é uma religião de matriz africana que celebra os orixás, voduns e inkices – divindades ligadas à natureza e à ancestralidade. Surgiu da fusão de diferentes tradições religiosas africanas trazidas para o Brasil por povos como os iorubás (nagôs), jejes (fons/ewes) e bantus (angolas e congos). Cada um desses grupos contribuiu com sua língua, seus rituais, seus mitos e sua relação com o sagrado.

Essas culturas não chegaram ao Brasil de forma voluntária. Vieram arrancadas de suas terras por um sistema escravocrata brutal que desumanizou milhões. Mas mesmo nesse cenário de dor, resistiram. E o Candomblé é fruto direto dessa resistência espiritual.

Tradições africanas e as nações iorubá, jeje e bantu

Cada nação africana que chegou ao Brasil trouxe seu modo próprio de se relacionar com o divino. Os iorubás cultuam os orixás, os jejes veneram os voduns, os bantus se conectam com os inkices. No Brasil, essas tradições se encontraram e deram origem a diferentes casas e nações de Candomblé: Ketu, Jeje, Angola, entre outras.

A força dos orixás, voduns e inkices

Cada divindade tem sua história, seu elemento natural, sua cor, seus alimentos, suas oferendas. Elas representam forças da natureza e aspectos do comportamento humano. Cultuar essas entidades é, portanto, viver uma espiritualidade integrada à vida cotidiana, ao corpo e à comunidade.


A travessia forçada e a chegada ao Brasil ( Origem do Candomblé)

Escravidão, dor e resistência

Entre os séculos XVI e XIX, mais de 4 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil como escravizados. Foram desumanizados, privados de sua língua, cultura e religião. Mas muitos mantiveram viva sua fé, mesmo que de forma subterrânea.

O Candomblé nasce da resistência à força colonial. Nas senzalas, nos quilombos e depois nas periferias urbanas, essas tradições se mantiveram, mesmo perseguidas pela Igreja e pelo Estado.

O nascimento dos primeiros terreiros

No século XIX, com o fim legal da escravidão, surgem os primeiros terreiros estruturados. Mulheres negras, muitas libertas ou nascidas livres, fundaram casas como o Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho, em Salvador). Esses espaços tornaram-se centros de preservação cultural, espiritual e política.


Como o Candomblé resistiu ao longo do tempo ( Origem do Candomblé)

Sincretismo, perseguição e invisibilidade

Durante muito tempo, os orixás foram escondidos sob a figura dos santos católicos. Ogum virou São Jorge, Oxum virou Nossa Senhora Aparecida. Isso foi estratégia de sobrevivência. As religiões de matriz africana foram criminalizadas até meados do século XX. Terreiros eram invadidos, atabaques destruídos, sacerdotes presos.

O papel dos terreiros como guardiões da ancestralidade

Mesmo com repressão, os terreiros se mantiveram como espaços de memória, cura e resistência. Ali, a história africana era contada, cantada e dançada. As mulheres negras, em especial, foram fundamentais para manter viva a tradição, a oralidade e o axé.


O Candomblé no Brasil de hoje ( Origem do Candomblé)

Expansão para além dos terreiros

Hoje, o Candomblé está presente em todo o Brasil, com casas em centros urbanos, zonas rurais e até no exterior. Muitos pesquisadores, artistas e lideranças sociais passaram a reconhecer o valor dessa religião, não apenas como fé, mas como parte do patrimônio imaterial brasileiro.

Luta contra o racismo religioso

Mesmo assim, o preconceito persiste. Muitas casas sofrem ataques, filhos de santo são alvos de intolerância. Mas também cresce a resistência: projetos de lei, grupos de estudo, coletivos culturais e o fortalecimento das redes sociais têm ampliado a voz do Candomblé.


Conclusão: Memória, axé e continuidade ( Origem do Candomblé)

Entender a origem do Candomblé é entender que essa religião é feita de memória, corpo, história e luta. Ela atravessa os séculos carregando um legado de sabedoria ancestral que não se curva.

Do continente africano ao Brasil, do cativeiro à liberdade, do silêncio à voz, o Candomblé segue vivo. É herança, é identidade, é caminho.


📖 Fonte externa confiável

Se você deseja aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre a origem do Candomblé e suas raízes africanas, sugerimos a leitura de conteúdos de referência como:

Wikipedia – Candomblé Brasil Escola – Candomblé Só Escola – Origem do Candomblé

📘 Leitura recomendada

Para aprofundar sua compreensão sobre a história do Candomblé no Brasil, recomendamos o livro “História dos Candomblés do Rio de Janeiro”, de José Beniste. Uma obra fundamental para quem deseja entender como essa religião resistiu, floresceu e se tornou símbolo de identidade cultural e espiritual.

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Você já conhecia essa história sobre a origem do Candomblé? Tem alguma vivência ou reflexão sobre a ancestralidade no Brasil? Compartilhe com a gente nos comentários — sua voz também faz parte dessa caminhada de axé.

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By Carlos Duarte Junior

Carlos Augusto Ramos Duarte Junior é um explorador apaixonado pela cultura e espiritualidade afro-brasileira. Influenciado pelas mulheres fortes e sábias de sua família, ele busca incessantemente entender e compartilhar o conhecimento sobre o Candomblé. Desde jovem, Carlos foi inspirado por sua mãe, avó, tia e irmã, que despertaram nele uma curiosidade pelas tradições ancestrais do Brasil. Formado em Economia, ele encontrou sua verdadeira paixão na cultura afro-brasileira, mergulhando no estudo do Candomblé. Suas experiências com sua tia sacerdotisa e sua irmã pesquisadora aprofundaram sua conexão com a espiritualidade do Candomblé. Carlos visitou terreiros, participou de cerimônias sagradas e estudou a história e mitologia desta religião. Ele compartilha seu conhecimento através do livro “Candomblé Desmistificado: Guia para Curiosos”, buscando quebrar estereótipos e oferecer uma visão autêntica desta tradição espiritual. Carlos é um defensor da diversidade e do respeito às religiões de matriz africana, equilibrando sua vida entre a escrita, a família e a busca contínua pelo conhecimento. Com seu livro, Carlos convida os leitores a uma jornada pelos mistérios e belezas do Candomblé.

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