Orixás no Candomblé: Guardiões da Natureza e da Humanidade
setembro 20, 2024 | by Carlos Duarte Junior

O que são os orixás?
Os orixás não são deuses no sentido europeu da palavra. Eles são forças vivas da natureza, energias que atuam tanto no mundo visível quanto no invisível. Cada orixá carrega um domínio natural e uma missão espiritual. No Candomblé, eles são ao mesmo tempo ancestrais divinizados e camadas de força vital que atravessam tudo: a água, a folha, o barro, o trovão, o fogo, a cura, o amor.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Energia da natureza, força do divino
Oxóssi é a mata, Ogum é o ferro, Iemanjá é o mar, Xangô é a justiça — e por aí vai. Não é metáfora: o orixá é a própria força viva da natureza. E quando a gente cultua um orixá, está se reconectando com a base da vida, com aquilo que sustenta o corpo e o espírito.
Orixás e ancestralidade
Além da natureza, os orixás também são ancestrais que venceram o tempo. Foram reis, rainhas, guerreiros e curandeiras que, ao longo dos séculos, se tornaram arquétipos de sabedoria. Quando um filho de santo incorpora um orixá, está abrindo caminho para a ancestralidade se manifestar no presente.
Os orixás e seus domínios na natureza
Oxóssi – O senhor das matas
Caçador silencioso, Oxóssi é a inteligência, a estratégia e a abundância. Ele vive na mata, entre folhas e raízes. Seu arco e flecha não erram o alvo, e sua missão é alimentar e proteger.
Iemanjá – Rainha do mar
Iemanjá é a mãe. É o mar que acolhe e devolve. Representa o cuidado, a família, o emocional. Quando o coração balança e o corpo precisa de colo, é ela que se manifesta.
Xangô – O rei da justiça
Com seu machado de duas lâminas, Xangô corta o que está desequilibrado. É o orixá da justiça, da palavra, do raio e do fogo. Onde há disputa, ele traz equilíbrio. Onde há injustiça, ele exige reparação.
Ogum – Guerreiro do caminho
Ogum é o primeiro que abre. Forja o caminho, o ferro, o progresso. É o orixá da tecnologia, do trabalho e da luta. Sua energia é de coragem, decisão e movimento.
Iansã – Senhora dos ventos e das tempestades
Raios, ventos e mudança. Iansã (Oyá) é o movimento, a transformação e o grito necessário. Ela guia os eguns (espíritos) e traz intensidade para a vida.
Obaluayê – Senhor das doenças e da cura
Com seu corpo coberto por palha e silêncio, Obaluayê é o orixá da saúde, das doenças e da cura. Trabalha no invisível, nos ossos, na febre e na regeneração. Com ele, vem o respeito aos mistérios da vida e da morte.
Nanã – A senhora do barro e da origem
Nanã Buruquê é o início de tudo. Está no barro que molda o corpo, na sabedoria que ninguém discute. Representa o tempo, a ancestralidade mais antiga, a firmeza que acolhe e ensina com silêncio.
Oxum – Doçura, beleza e maternidade
Oxum é o rio que brilha, o espelho da água, o ouro da pele. É o amor, a sensualidade, a fertilidade e o encanto. Quem sente dor no coração, é nela que encontra alívio.
O papel dos orixás na vida humana
Proteção, caminhos e axé
No Candomblé, cada pessoa carrega um orixá de cabeça — aquele que rege seu caminho, sua personalidade e desafios. E é por meio dos rituais, das rezas, das folhas e das oferendas que o filho de santo mantém o axé equilibrado com seu orixá.
Relacionamento com os filhos de santo
A relação com o orixá é de respeito, entrega e transformação. Ninguém “possui” um orixá — é o orixá que se manifesta, ensina e direciona. Com o tempo, o filho aprende a identificar os sinais, os pedidos e os silêncios da divindade que o guia.
Como cultuar os orixás com respeito
Rituais, comidas e cores
Cada orixá tem:
- Sua comida (obí, amalá, feijão fradinho, etc.)
- Suas cores (azul claro, vermelho, branco, etc.)
- Seus cantos (orikis e pontos cantados)
- Seus dias, folhas, ritmos e saudações
Nada no Candomblé é feito ao acaso. Tudo tem fundamento, e o respeito é o fio que costura cada detalhe.
A importância do terreiro
É no terreiro que se aprende, se canta, se reza e se vive o axé em comunidade. Ali não tem “giro rápido” nem promessa milagrosa: tem hierarquia, cuidado, iniciação e muito chão pra caminhar. Os orixás se manifestam no corpo, no toque do atabaque, na folha que cai e na palavra do mais velho.
Conclusão: O orixá está na folha, na água, no fogo e no coração
O Candomblé nos ensina que o divino está em tudo — e que os orixás são presenças vivas que atuam na natureza e em cada um de nós. Conhecer os orixás é reconhecer as forças que nos atravessam todos os dias: o vento que sacode, o rio que acalma, a palavra que fere ou cura, o fogo que transforma.
Quando você entende os orixás com verdade, o preconceito não tem mais onde se esconder.
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