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Candomblé Desmistificado

O Povo Benguela e o Axé Esquecido da História

outubro 13, 2024 | by Carlos Duarte Junior

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Você já ouviu falar no povo Benguela? Essa etnia africana teve um papel essencial na formação do Candomblé, da cultura afro-brasileira e de muitas tradições que hoje compõem a identidade do Brasil. No entanto, seu nome quase não aparece nos livros escolares ou nos discursos públicos. Neste post, vamos resgatar a memória e a herança espiritual do povo Benguela, revelando sua influência, sofrimento e importância ancestral.

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Quem eram os Benguela?

O povo Benguela veio principalmente da região sudoeste de Angola, especialmente da cidade de Benguela, que deu nome à etnia. Eram povos falantes do kimbundu e pertencentes ao grupo banto, como os congos e angolas. Foram capturados em larga escala durante o tráfico atlântico de escravizados, e trazidos ao Brasil entre os séculos XVII e XIX.

Foram levados principalmente para Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, onde trabalharam em engenhos de açúcar, lavouras, mineração e também em serviços urbanos. No entanto, para além do trabalho forçado, os Benguela trouxeram sua religiosidade, seus rituais e sua força espiritual.


A espiritualidade Benguela no Brasil

Os Benguela praticavam cultos aos ancestrais e à natureza, com destaque para a presença de nkisis (divindades da tradição banto), como Nzambi, Kalunga, Nkosi e Kitembo. Muitos desses nomes e práticas foram transformados ao longo do tempo no Brasil, dando origem a formas específicas do Candomblé de nação Bantu.

Ao contrário das nações jeje e nagô, que cultuam orixás e voduns, os povos bantos introduziram no Brasil o culto aos inkices — entidades que também representam forças da natureza e aspectos da vida humana. No entanto, a palavra “Benguela” quase desapareceu do vocabulário dos terreiros, mesmo sendo base da formação espiritual e cultural afro-brasileira.


Por que o povo Benguela foi invisibilizado?

Diferentes fatores históricos explicam esse apagamento:

  • Menor valorização das tradições banto nas pesquisas antropológicas dos séculos XIX e XX.
  • Predominância do modelo nagô-iorubano nos registros das religiões afro-brasileiras.
  • Influência das elites culturais e religiosas na institucionalização do Candomblé.
  • Estigma histórico associado aos povos bantos por parte dos colonizadores portugueses.

Esse processo de apagamento cultural não significa que sua contribuição deixou de existir. Pelo contrário: ela é base viva de muitas tradições de terreiro.


Benguela e o sincretismo religioso

O sincretismo também afetou o modo como os inkices e entidades bantos foram percebidos no Brasil. Muitas vezes, seus nomes foram substituídos por orixás yorubás para facilitar o culto em contextos de repressão. Ainda assim, algumas casas de tradição mantêm viva a memória do povo Benguela, inclusive em cantigas, toques de atabaques e fundamentos da cura espiritual.

🔗 Leitura recomendada: Candomblé e Umbanda são a mesma coisa?


A herança cultural e linguística

Além da espiritualidade, o povo Benguela contribuiu com a:

  • Língua: muitas palavras de origem banto estão no português brasileiro (como “moleque”, “caçula”, “mucama”, “axé”).
  • Música e dança: ritmo, percussão e gingado são marcas fortes herdadas das culturas banto.
  • Culinária: pratos como o caruru, o mungunzá e o angu têm raízes africanas.
  • Organização social: práticas de cura, benzimento, respeito aos mais velhos e visão de comunidade vieram dessa matriz cultural.

Um axé esquecido?

Chamar de “esquecido” talvez seja impreciso. O axé do povo Benguela nunca deixou de existir: ele pulsa nos toques de tambor, nas folhas sagradas, nas rezas de mães e pais de santo que mantêm essa herança viva. O que houve foi uma tentativa de apagamento — mas a memória ancestral resiste.


Indicação de leitura externa

📚 Leitura acadêmica recomendada:
“O negro no Brasil: trajetória histórica e sociocultural” – CAPES

🎓 Referência educativa:
EducaMais Brasil – Cultura Bantu no Brasil


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Conclusão: por que precisamos lembrar dos Benguela?

Falar do povo Benguela é reconhecer uma história silenciada, uma memória ancestral que molda o Brasil que conhecemos hoje. É respeitar as raízes de milhares de filhos e filhas de santo, que seguem cultuando suas tradições com axé, mesmo sem saber a origem de muitos fundamentos.

Ao relembrar os Benguela, abrimos espaço para uma história mais verdadeira, mais justa e mais plural.
E reafirmamos: o axé não esquece. O axé resiste.


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